domingo, 10 de outubro de 2010

Personagem

No oficio da vida; eu um mero personagem,

Encontro-me no palco das desilusões.

Entre quedas e brilho, componho-me.

- Aplaude-me, vaia-me, pisa-me, ri de minha apresentação.

Esquecido nos bastidores quis brilhar.

A minha voz ergui, declamei versos para ti, chorei por todos

Neste teatro corrompido meu corpo sofreu.

Personagem principal sem valor; exaltado; isolado; fantoche.

Na parede, as cortinas, inquietas, irrelevantes;

-Abram-se as cortinas

- Aplaude-me.

Escorre dos meus olhos emoção.

Nascer, crescer, viver, representar para quem não se importa.

Atores, pobres iludidos sonhadores.

Apresente-se para que eu possa rir. Mostre-me a magia de sonhar e faça-me acreditar.

A poça de humilhação espelha teu semblante.

Da dor, a vitória de ter o papel principal.

Fecham-se as cortinas.

Meu ofício;

Personagem

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